domingo, 24 de julho de 2011

Morando com a mãe aos (quase) 30!


Esclarecendo às possíveis dúvidas dos leitores ainda inexistentes, eu moro com a minha mãe por um simples fator: falta. Falta de dinheiro, principalmente, falta de coragem de aturar a chantagem emocional por ser o último ente a deixar o ninho. “E se eu passar mal? “E se entrar ladrão em casa?” “Ai como é duro envelhecer sozinha depois de tantos anos depuro desapego e dedicação!”...
Bom, todos conhecem esse tipo de discurso. Pelo menos todos aqueles que tiveram mãe até o tempo de se lembrarem de suas sábias e manipuladoras palavras. Pois bem, fraca de vontade própria (e de salário) que sou, depois da faculdade, do mestrado e do diabo a quatro, cá estou.
Acontece que existem coisas que poucas pessoas ousam dizer. Eu, com minha virtuosa coragem, decidi abrir o verbo. Homens que moram com as mães, seja aos 30, aos 40, aos 50 podem até perdem em privacidade, em liberdade, mas por certo ganham em outros aspectos. São mimados, filhinhos da mamãe mesmo. Têm roupa lavada, cama feita, comida na hora e tudo isso com sorriso nos lábios da santa progenitora.
Já as moçoilas encontram outras, digamos, circunstâncias. Além da liberdade, da privacidade, como os homens, elas não tem assim, os mesmos privilégios. A cama pode até estar feita e a comida pronta na hora certa, mas minha cara esteja certa de que a conta virá. Virá em forma de indiretas, diretas, mau humor repentino e injustificado, mas ela virá.
Sei lá eu se Freud explica (nunca comprei muito o complexo de Electra), mas o fato é que aquela competiçãozinha velada existe. Quando dividimos a casa com uma estranha isso pode até ser resolvido com horas de D.R. Mas com mãe, D.R vira drama, cobrança pelos nove meses de peso carregado, mais não sei quantos de noites de sono perdido e até mesmo daquele vestido que ela lavou na semana passada. Sei que quando chegar minha vez_ e ela há de chegar_ vou fazer igualzinho, mas por hora, enquanto os movimentos pela melhoria dos salários dos professores não melhorar, só me basta reclamar.
PS: Nunca peça aquela poltrona que ninguém usa na sala-de-estar emprestada para colocar no quarto do computador e poder trabalhar/assistir filmes mais confortável emprestada. Ela emprestará, mas seu domingo estará definitivamente perdido.

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