domingo, 24 de julho de 2011

Eu quero ir, minha gente, eu não sou daqui...

Sempre pensei que fosse próprio da adolescência_ e SÓ da adolescência_ essa sensação de não estar no lugar certo, ou de não se adaptar a lugar ou grupo algum.
Pois que a adolescência passou_, diga-se de passagem, que já há alguns anos_ e sinto que essa sensação não some, ao contrário, se solidifica. Vamos caminhando aqui e ali, ficando órfãos de famílias escolhidas e deixadas por circunstâncias diversas, vamos ficando viúvos (as) de amores e sem vários tantos tetos por onde passamos. Nos tornamos menos do que antes em alguns aspectos, como por exemplo, somos menos jovens, menos ingênuos, menos confiantes, via de regra, e somos mais em tantos outros... mas, principalmente, somos  tão mais estranhos a nós mesmos e aos outros do sempre fomos.
Talvez por que passe aquela fase infernal de viver em turmas que se arrasta por anos da nossa juventude (tá, eu tive a necessidade nem sempre suprida de ter uma turma. Ao longo do tempo encontrei várias pessoas que também não conseguiram cumprir o script direito e acabaram entre duas ou três outras criaturas estranhas no ensino médio, na faculdade, enfim, pela vida a fora e com as quais fui me juntando) nos tornamos mais solitários. Mas solidão é uma palavra que carrega tantos sentimentos consigo que gostaria de evitá-la por aqui.
É nessas horas que a Sociologia nos ilumina mais do que atordoa! Quando Norbert Elias fala dos outsiders, se refere a uma categoria de pessoas que não se enquadram à comunidade por serem estrangeiras nela em algum sentido. Pois eu, aqui na minha cachola fazedoura de teorias de botequim, criei uma outra teoria: alguns de nós são outsiders onde quer que vão.
Vira e mexe me pego lendo um blog ou ouvindo um relato que contribui para este pensamento. Outro dia, um desses amigos mais insanos me apresentou a teoria de que os homens estão sempre buscando o útero materno, daí sua busca insana por orifícios que os leve até lá. (especialistas de plantão que perdoem a minha ignorância por citar grossamente alguma teoria que pode ser mais séria, mas é que o amigo em questão não estava num estágio etílico muito confiável!), Mas e nós mulheres?? Onde anda nosso “lá”? Onde enfim está o lar, doce lar, onde tudo é conforto e satisfação?
Respostas eu não tenho. Só sei que eu se eu puder encontrar meu lugar no mundo e ainda tiver direito a mais algum privilégio estejam certos de que quero ver Irene rir, quero ver Irene dar sua risada.                                  

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